Da série História dos bairros e distritos do municípios, conheça Valão dos Milagres

4 de novembro de 2017

Inicialmente chamada de Valão dos Porcos, a localidade de Valão dos Milagres surgiu por volta do ano de 1893 com a doação de cinco alqueires e 75 braças de Terras a Nossa Senhora dos Milagres – na época pertencente à freguesia de Ponte Nova (atual Cambiasca). As terras foram doadas pelo Tenente José Pereira Lopes e D. Izabel Esteves Lopes em 10 de maio de 1893, como consta nos registros da diocese de Campos dos Goytacazes.
 
A origem do nome inicial, Valão dos Porcos, vem do fato de o local em tempos remotos ter uma grande quantidade de porcos do mato que vinham beber água no valão que corta a comunidade e que assim dava nome ao arraial.
 
Esse nome perdurou até que em 1893, segundo moradores da comunidade, um fato sobrenatural desconhecido, possivelmente uma cura, ocorreu na comunidade, o que fez a doadora da terra mandar fazer uma capela e uma imagem de madeira de Maria, mãe de Jesus, com a invocação de Nossa Senhora dos Milagres.
 
Na comunidade por longos tempos foram comemorados dias festivos a São Sebastião, São João e a Nossa Senhora, mas o dia certo dos festejos da Santa Padroeira Nossa Senhora dos Milagres seria definido pela data em que a imagem retornou de um restauro em 08 de janeiro do qual o ano não encontrei referências, assim todo dia 08/01 se comemora na comunidade o dia de Nossa Senhora dos Milagres (antes do restauro um desabamento teria causado estragos na igreja, o que acarretou nessa restauração).
 
A festa já foi muito concorrida e a devoção à santa era tão grande que até sala dos milagres a capela já teve. Vinham ônibus de turismo de várias partes para festejar a santa na comunidade. Porém com a modernidade e o crescimento de ramos evangélicos esses tradicionais patrimônios culturais foram desaparecendo com o tempo.
 
As terras da santa faziam divisas na época com as de Luiz José de Souza pela frente e pelos outros lados pelos próprios doadores da terra, mas que logo foram sendo povoadas por várias pessoas. Hoje a Santa só ficou com um pequeno lote de terra onde está sua Igreja; todo o restante das posses foi tomado por pessoas para construírem suas moradias. Na localidade poucas pessoas possuem escritura de sua casa ou terreno, sendo na maioria recibo de compra e venda apenas.
 
Por Evando Freitas
Referência:
Documentos e arquivos da Mitra diocesana de Campos dos Goytacazes.
 






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