Gestão moderna e eficiente só acontece quando há investidura de profissionais de carreira e com especialização para os cargos, e não por questões políticas partidárias.

11 de janeiro de 2013

O novo ano se inicia com as prefeituras dos mais de cinco mil municípios do país, com seus novos prefeitos nos cargos, bem como vereadores eleitos para comporem o poder legislativo para quatro anos de mandato. De acordo com pesquisas, boa parcela dos municípios no Brasil, jamais contou com uma política desenvolvimentista que pudesse, de fato, inserir-se no que se considera gestão participativa, ou ainda, gestão moderna e eficiente com ênfase na composição dos estafes com profissionais especializados e de carreia para o quadro de cargos comissionados com vistas a uma gestão organizacional, moderna e na qual pudesse contemplar e valorizar profissionais especializados, conforme estabelece a própria Constituição Federal que diz que 70% dos cargos comissionados devem ser preenchidos por funcionários efetivos e de carreira, porém, na prática isso quase não acontece.

O contexto político e representativo no país, ainda encontra-se preso nos resquícios da política provinciana, do voto de cabresto e dos interesses próprios. Não se pensa no desenvolvimento de pessoas e progresso de uma cidade ou do país, de forma que se possa promover ou elevar índices de emancipação econômica e geração de renda, com base nas peculiaridades que os municípios oferecem. E isso requer gestão e planejamento estratégico viabilizados somente com profissionalismo.

Entretanto, a maioria das pessoas visam somente vantagens pessoais, bem como o pagamento das quantias dos fundos de campanha em apoio a determinado candidato X e, assim, os cargos são distribuídos não por competência técnica, histórico e referência profissional, e sim por conveniência das questões políticas e partidárias. Com essa prática perniciosa, o que resta a maioria dos municípios é o atraso.

Assim também é em relação ao poder legislativo, quando se sabe que, com o advento da lei ficha limpa, os preenchimentos dos cargos de assessores que cada representante do povo tem direito, deveriam ser compostos por pessoas idôneas e com perfil técnico para atuarem em conjunto na elaboração de projetos de leis que cada vereador deve/deveria propor para a municipalidade, já que a função do edil é legislar (e não praticar serviços assistencialistas para se perpetuar na vereança).  Mas não é o que acontece, pois, todos sabem que os preenchimentos desses cargos são, em sua maioria, por cabos eleitorais sem nenhuma formação específica e, pior, sabe-se ainda que, em muitos casos, há até a combinação da divisão do repasse dos valores recebidos por tais assessores, para que sejam divididos com os próprios vereadores.

Bem, assim prevalece a política dos interesses no país, e não o interesse em se fazer políticas desenvolvimentistas para o município e o país como um todo. E não se pode, neste caso, nem culpar os próprios políticos, uma vez que eles são produto do povo, visto que não caem do céu ou do inferno.  Infelizmente, um povo que faz do voto uma moeda de troca, que não sabe o papel dos representantes que são eleitos, bem como não exige o cumprimento de ações de seus representantes, não procura ler, sequer, a Lei Orgânica de seus municípios, ou a Constituição Federal, não tem o direito de falar mal dos próprios políticos porque essa é a relação de cumplicidade que rege o sistema instituído pela própria massa de manobra.

Nelzimar Lacerda – Jornalista, Relações Públicas e especialista em Planejamento Estratégico e Gestão em Marketing  







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