História da imprensa escrita de São Fidélis que já teve 17 veículos e atualmente conta apenas com dois em circulação

25 de março de 2016

Com o advento das Novas Tecnologias da Informação e redes sociais – plataformas digitais onde produzir e manter um veículo de comunicação tem custo quase que zero faz com que a imprensa escrita no Brasil tem seja reduzida dia após dia. De certa forma, manter um jornal impresso sempre foi considerado muito caro, visto ser uma empresa. Historicamente, a Cidade Poema soma 17 veículos e, atualmente, só restam dois em circulação e os quais são: Folha da Cidade com circulação semanal e com 25 anos, a serem completados este ano, bem como o único que até agora com maior tempo de vida em circulação. Já o jornal Registro Cultural que tem edição mensal – conta com 10 anos em circulação. Na categoria revistas impressas, a nossa editoria ainda está em fase de pesquisa para saber quantas existiram em circulação.

Conheça os jornais que fazem parte da história da imprensa fidelense:

O primeiro jornal do município foi “O Fidelense”, veiculado em 6 de janeiro de 1870. Em seguida, vieram o “Monitor Fidelense”, surgido em 1871 e o “Cruzeiro do Sul”, publicado em 1872. Na história do jornalismo fidelense, registra-se, ainda, em 1873, o aparecimento de “O Engenho de São Benedito”, jornal da Fazenda São Benedito, de propriedade de João Manoel de Souza, o famoso “Barão de Vila Flor”.

Em 1875, a cidade de São Fidélis contava com dois órgãos de imprensa: “O Correio Municipal” e “O Correio Fidelense”, sendo que este último acabou adquirido, em 1876, pelos aficionados do Partido Liberal, chefiado pelo abolicionista e republicano Érico Marinho da Gama Coelho, mais tarde o segundo senador fidelense da história do Império.

No início da campanha republicana, Érico Coelho passou a dirigir um novo periódico denominado “O Povo”, destinado à propaganda intensa e à defesa dos seus ideais republicanos. No ano de 1880, ressurgiu “O Monitor Fidelense” que, desta feita, durou até 1888. Mas, no período 1882 a 1886, dois jornais também disputavam a preferência dos fidelenses: “Jornal da Comarca” e “A Sentinela”.

Dirigido pelo abolicionista fidelense Alberto Vergum, também proprietário do jornal, surgiu em 1886, a  “Gazeta da Comarca”, e no ano seguinte,1887,volta a circular “O Correio Fidelense”, órgão conservador, que também divulgava as notícias da terra.

Em 5 de julho de 1895, José Pires e Cia. editavam o primeiro número de “A Lucta”, que passou por mais de duas fases: a segunda sob a responsabilidade do jornalista Peri Miranda e sua filha Levi Miranda na gerência. São Fidélis ainda contou com a existência dos jornais “O Democrata” e “O Paladino”, entre 1887 e 1889, sendo que nesse último ano o jornalista João Henriques de Lima lançava “O Republicano”. Ainda, em 1889, apareceram “O Lidador” e o “Escudeiro”.

Ressalta-se que, para uma cidade do porte de São Fidélis, o número de jornais que circularam no período imperial era bastante substantivo, demonstrando que a sociedade dominante da terra fundada pelos Sigmaringa era antenada com a comunicação daquele tempo, apesar do processo artesanal dos periódicos.

Em 1903 surge Em 1903 surge “A Alavanca”, tendo como diretor o advogado, político (presidente da Câmara por 12 legislaturas) Fidélis de Oliveira e Silva. No ano seguinte, 1904, deu-se o aparecimento de “O São Fidélis”, órgão republicano dirigido por Ribeiro de Amorim, existindo, ainda, coleções desse jornal, no período de 1924 a 1938. Em 1909, aparece “O Município”, periódico do Partido Republicano Fluminense. Em 1910, Lourenço Dezerto publica “O Cupido”, jornal humorístico, crítico e noticioso. Em 1914, volta a circular, novamente, “O Fidelense”, do Partido Conservador (Republicano), tendo como proprietário Sanches e Cia. e diretor-gerente Antônio A. Porto. Em 1919, surge o jornal “A Reforma”, um semanário da Associação Fidelense de Agricultura e Comércio, dirigido por Joaquim Heizer Nogueira da Gama, conhecido pela alcunha de Quincas Gama.

No dia 25 de maio de 1920, o major Cândido José de Magalhães publicou o “Alvor”. No dia 27 de novembro de 1927, publica-se o jornal “A Ordem”, semanário que teve como diretor M.C. Pontes, concorrendo  com um outro jornal, “A Defesa”, cujo dono era Fidélis de Sigmaringa Seixas, que tinha como redator o poeta e jornalista Santos Júnior, enquanto “O São Fidélis” dirigido por Atanagildo Amorim. Eram os dois jornais existentes até 1928.

Um ano após a revolução getulista, isso em l931, surgiu o jornal “A Luz”, órgão político e sob a direção de Fidélis Sigmaringa Seixas, Emígdio Maia Santos e Santos Júnior. Em 1932, ainda, continuavam circulando os jornais “O Fidelense” e “A Lucta”.

No ano de 1963, o poeta e jornalista Antônio Augusto Assis fundou e dirigiu o jornal “A Tribuna de São Fidélis”. Em 1980 aparece “O Vigilante”, de Carlos Rodrigues da Silva. Em 1983 veio à lume mais um jornal, “O Impacto”, da Editora Artes Gráficas. Em 1985, surge “Novo Rumo”, periódico do Colégio Estadual de São Fidélis.

Em 1991 criou-se o jornal “Folha da Cidade”, cujo diretor é José Átila C. Valente e redator-chefe João Benedito Damião Alonso, sendo o único jornal do século XX que continua circulando. No ano 2000 circula o jornal “O Municipalista”, tendo como diretor Evandro Salim. Mas, a partir de 2006, o jornal muda de nome, deixando de ser “O Municipalista” e passa a se chamar “Tribuna Livre”. No ano de 2003 acontece o jornal “Correio Cultural”, que permaneceu em circulação até o ano de 2005.

E, finalmente, em 2006, surge “Registro Cultural”, com distribuição mensal e no formato tabloide, fundado pelo poeta e membro da Academia Fidelense de Letras, Geraldo Evangelista, o Chocolate. Trata-se de um jornal voltado somente para divulgar assuntos da área cultural. Através do “Registro Cultural” é possível ler poesias, entrevistas com pessoas ligadas a algumas das vertentes culturais, como teatro, danças, música e artesanato, sendo, portanto, um órgão de imprensa alternativo.

Por Nelzimar Lacerda






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