Colégio Estadual Barão de Macaúbas tem auditório revitalizado e Espaço Memória inaugurado

25 de outubro de 2019

O antigo Grupo escolar Barão de Macaúbas, primeira escola pública a ser fundada em São Fidélis, abriu suas portas na manhã de quinta-feira (24), para receber diversas pessoas, professores, alunos, autoridades municipais e a imprensa local – para participarem das comemorações da revitalização do auditório cujo nome batizado em homenagem ao senhor Benedito Teixeira Mota, “Seu Neguinho”.

Além da revitalização do auditório, foi inaugurado também o Espaço Memória do antigo Grupo Escolar Barão de Macaúbas, que, anteriormente, em 1911, funcionava na capela do Rosário do Colégio estadual de São Fidélis. Na ocasião, ocorreram apresentações culturais, homenagens aos professores, diretores e ex-diretores, exposições de atividades de alunos e declamações poéticas. A cerimonialista do evento foi a professora Wanderléa Bragança. Atualmente, a gestão do colégio tem como diretoras Rita Andrade Pontes e Ana Lúcia Soares Ribeiro.

Em função do crescimento da cidade, em 1944 – Getúlio Vargas veio a São Fidélis lançar a pedra fundamental para a construção do novo prédio do Grupo escolar Barão de Macaúbas – cuja inauguração se deu em 1948. Foi um momento considerado ímpar para marcar mais um capítulo no contexto histórico da instituição que passou a ser considerado Colégio Estadual Barão de Macaúbas – a partir de 2002.

Por que Barão de Macaúbas?

Devemos muito do nosso conhecimento aos educadores que fizeram da sua profissão uma luta para o aperfeiçoamento da educação no Brasil. Entre tantos outros está Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas, que marcou presença no cenário da educação do Brasil entre 1856 e 1880. Ele também era médico e cirurgião e talvez por isso – por ter transformado a educação em opção de vida – tenha sido um pensador educacional.

Nascido em Rio de Contas, na Bahia, em 9 de setembro de1824. Fundou em 1858 o Ginásio Baiano, em Salvador, responsável pela formação de grandes personalidades como Castro Alves e Rui Barbosa. Em 1847, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde cursou a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e onde instalou o Colégio Abílio, retratado pelo escritor Raul Pompeia em O Ateneu – Raul Pompeia foi também aluno do colégio de Abílio entre 1873 e 1879. Foi diretor Geral de Instrução Pública e um dos precursores do livro didático. Por suas contribuições na área educacional, em 1881, ganhou o título de Barão de Macaúbas, concedido por D. Pedro II.

O Barão era um dos diretores que influenciados pela revolução intelectual da Europa e da América protagonizaram o movimento para a popularização da educação de forma universal com dedicação geral à ciência. E a direção que ele deu à educação foi baseada em formular métodos, com erros e acertos originais e brilhantes, e, sobretudo por ser um apaixonado, em formar homens, dando toda a sua vida à infância e adolescência no exercício mais completo que se pode conceber do magistério e da educação.

O Brasil na época de Abílio César Borges nada mais era do que uma nação superatrasada que copiava ainda mais contrastada com a escravidão e os senhores. O Brasil nada mais era do que um país dividido em dois onde a cultura parecia não existir em um e no outro se mostrava prepotente. Abílio César Borges não pertencia a nenhum desses dois brasis. O seu Brasil era um Brasil de esperança na civilização tornando-se igual aos outros países.

Para Abílio, a educação era o único meio pelo qual poderia se ver o país crescer e enriquecer. Para isso não mediu esforços e tratou a educação como um processo de abrangência nacional – seus métodos eram destinados a unificar o país em torno, principalmente do homem.

Para ele “a liberdade e a democracia somente seriam possíveis com a verdadeira e geral instrução” e a liberdade teria que ter como base principal a instrução. Na prática, para que funcionasse seu entendimento do processo passou a escrever uma admirável coleção de livros didáticos e chegando, até, à invenção de aparelhos escolares.

Com extinção de seus colégios a teoria – obra de seu pensamento -, que estava toda centrada em método de transformação da educação, caiu quase no esquecimento a não ser pelo material escrito imortalizado em “O Ateneu”, uma obra que mostrou o quanto ele se empenhava na educação. Era, na verdade uma figura de ficção, com que o representou o romancista Raul Pompeia, mas a obra representava o seu pensamento que era formado por seus colégios e pela admiração de colegas e estudiosos.

Parece que a ficção o acompanhava em suas ações, pois as coisas que Abílio Borges viu, pregou e praticou foram muitas das mais significativas inovações do seu tempo, desde a simplificação dos métodos de ensino para a leitura e escrita até a compreensão da imensa riqueza de informação e cultura que a nova época abria para os homens.

Viu, pregou e praticou tudo isto com eficácia sem igual, nem uma só vez se deixando levar pela confusão, tão fácil, de apaixonar-se pela beleza dos novos meios de educação, esquecendo os seus fins. A eficiência do seu ensino se demonstrava a segurança de seus métodos. Um exemplo disso era encontrado em seus colégios.

Nossa nação teve a infelicidade de nascer sob a fatalidade de uma desigualdade social tão profunda, que nos dividiu, primeiro, entre brancos conquistadores e índios, depois, entre brancos senhores e pretos escravos, o que sucede na classe dominante só tem real importância para o país, se o regime de divisão social se mantém e as duas nações continuam a coexistir no estranho paralelismo de sua simbiose a educação também acompanha essa divisão.

Abílio César Borges morreu em 16 de fevereiro de 1891 e hoje seu nome significa muito mais do que nome de ruas e escolas pelo Brasil afora. Seu exemplo se ergueu como um padrão do nosso orgulho, inspirando-nos a certeza e a segurança de podermos ter, como têm os países civilizados, escolas primárias que sejam escolas primárias, ginásios que sejam ginásios, escolas superiores que sejam escolas superiores e universidades que sejam universidades para todos os brasileiros, do mesmo modo por que esse grande educador do Império pôde fazê-los para os poucos selecionados daqueles remotos tempos. (fonte: divulgação na Internet).

Cobertura realizada por Nelzimar Lacerda

Fotos: Caio fotografia

https://www.facebook.com/SaoFidelis/videos/2675366556024145/






www.saofidelisrj.com.br | Copyright 2001 - 2024 todos os direitos autorais reservados
Jornalista responsável Nelzimar Lacerda | Registro profissional DRT/RJ 29740