Covid-19 X Eleições 2020

25 de abril de 2020

O atual momento a que passa o mundo por conta do novo Coronavírus faz com que se reflita – em especial, no Brasil, que, por conta de uma série de problemas que já vinha vivenciando no dia a dia, principalmente em se tratando de saúde pública relegada há décadas, e sem nenhum investimento para atendimento não só agora com relação a Covid-19, quando, na verdade, não se planejou para casos decorrentes de uma pandemia. E olha que se passou por outras como a H1N1 Zyka e etc.

Ainda seguindo a linha neste contexto reflexivo com base nas análises e enfrentamentos que o País passa, agora então se tem mais um problema grave que disputa as atenções midiáticas mundialmente – o qual é a instabilidade política que envolve o governo Bolsonaro, após a saída de dois ministros em pouco espaço de tempo, em especial, a saída de Moro. Não precisamos entrar no mérito dos detalhes porque já se tornaram notórios a essência dos fatos divulgados, cabendo tão somente o desenrolar dos próximos capítulos. Destaca-se com isso – a paralisação de um País desde que a Covid-19 parou o mundo.

O que já estava ruim tende a piorar, caso o governo não encontre apoio para tocar a gestão, assim como será essencial (re) construir uma base sólida tanto no campo legislativo e no judiciário, bem como apoio internacional também, visto ter como um dos aliados os Estados Unidos.
A segunda situação se refere à necessidade de um plano de ação e fiscalização rigorosa sobre as deliberações da dinheirama que será liberadas para os municípios que decretaram estado de calamidade.

E o perigo mora ao lado dessa distribuição por ser ano de eleições municipais, a não ser que, porventura, sejam canceladas por causa do vírus que tem sido avassalador por continuar ceifando vidas diariamente, deixando uma sensação ruim e de incerteza para o quadro da saúde pública que já se encontra em estado de colapso em diversas cidades de todo País.

O que se observa em meio ao caos, é que muitas raposas que já sinalizaram em não abrir mão de seus interesses políticos, nota-se que a preocupação maior não é com a saúde do povo e sim com o pleito. De modo ainda que com a revolta de boa parte do eleitorado em diversos municípios cujos atuais prefeitos, por exemplo, na Região Norte Fluminense – estão pessimamente avaliados pela população. Como a Covid-19 é a maior preocupação das pessoas, neste momento, de modo ainda por mais que as eleições municipais aconteçam o cenário de revolta será ainda maior em meio ao caos.

Contudo, o que se observa neste cenário entre mortos e sobreviventes em diversos municípios – é a supremacia das redes sociais que têm dado o tom do desejo de mudanças sem Covid-19 ou com o vírus que deverá começar a perder força a partir de agosto, e daí o cenário das eleições já deverá mostrar claramente os mais destacados.
A lição maior com essa pandemia refletir-se-á em um dos pontos mais cobrados para os futuros prefeitos: transparência nos gastos públicos, bem como a palavra de ordem deverá ser: reforma administrativa, redução dos altos salários pagos a secretários, mais investimentos na saúde, saneamento básico, isenção de impostos para atrair investimentos e meio ambiente.

O que se tem percebido é que boa parte do eleitorado não deseja mais repetir o passado, isto é, seguir candidatos que já foram testados e reprovados, assim como candidatos que se digladiaram e, posteriormente, se juntaram estrategicamente por puro interesses fisiológicos do poder. Ainda para os que se encontram em situação de reeleição numa situação com péssimas avaliações, também podem se preparar para a surpresa que as urnas irão revelar.

E quanto a possíveis nomes que entram na disputa pela primeira vez, e já sendo destaques pela opinião pública e do eleitorado consciente por conta de histórico peculiar – que reúna, além de ficha limpa, gestão, experiência, honestidade e credibilidade são as qualidades que se espera dos futuros prefeitos, após essa pandemia em um País onde a politicagem se tornou um pandemônio igualmente a pandemia que tem ceifado vidas, assim como a corrupção e os desvios de dinheiro público e promessas feitos por aquele que não enganam mais.

Logo, tudo indica que a maioria dos munícipes em boa parte da Região começa a se despertar por não desejar mais repetir o passado, e sim renovação nestas próximas eleições com nomes que nunca fizeram parte dos velhos grupos políticos que já se desgastaram ao longo de anos nesse jogo de rodízio pelo poder de quatro em quatro anos.

Por Nelzimar Lacerda






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