Nem sempre as avaliações apresentadas nas estatísticas apontam, em primeira síntese, as questões vulneráveis do sistema educacional no Brasil, ou seja, a má qualidade da aprendizagem nos revelam a decadência ou as fragilidades de uma realidade que deveriam ter maiores destaques nas escalas das pesquisas estatísticas, a exemplo do Pisa – Programa Internacional de Avaliação de estudantes.
A base conjuntural do sistema de uma educação de qualidade inicia-se com a figura do professor, que sem uma boa formação, certamente, encontrará dificuldades em ensinar seus alunos apropriadamente. Lamentavelmente, o corpo docente do país, provém de cursos de licenciaturas fracos, focados em teorias, e a prática? A prática? Saem conforme entraram, sem prática! In tese, trabalhar na educação de modo a superar o complexo quadro de desigualdades sociais na direção da redução de nossas pobrezas, impõe a formulação de modelos que sejam capazes de enfrentar a dificuldade, de tornar as culturas um eixo central dos processos educacionais.
Sendo assim, constatamos que o sistema educacional brasileiro está capenga, é ineficaz, com uma política educacional ultrapassada, em que um dos atores responsáveis em formar cidadãos conscientes e preparados para a vida, estão longe da competência que se deseja.
O cenário atual requer mudanças estruturais, em que paradigmas sejam reavaliados e reestruturados na sua essência. Não basta avaliar as práticas educativas e resultados afins só do corpo discente, é necessário que avaliem, também, o nível de formação do corpo docente. O que esperar de um professor, que sequer tem o habito da leitura? Como ele irá desenvolver um bom trabalho ao exigir de seus alunos algo distante de sua pratica, tão relevante para seu desenvolvimento, e aprendizado?
Sendo assim, é preciso que entendamos que ninguém poderá ensinar o que não aprendeu. Os processos educativos precisam ter, em sua essência e como meta, a formação de sujeitos capazes de compreender o mundo, participando ativamente, da vida política, econômica e social suas condições de atuação. Logo, não será com um corpo de profissional que saiu de um sistema fracassado para dar continuidade ao próprio sistema que aí está, e no qual as estatísticas mostram anualmente, a estagnação e atraso de um país que não consegue alavancar ou mudar a realidade, tampouco, um professor marionete, manipulado e manipulado, de um sistema cruel.
Por Luciana Alves, Pedagoga, Serviço Social e especialista em Educação Inclusiva e Precoce.