Fim da greve dos professores em Campos: bastaram cinco dias de paralisação para que o governo resolvesse retomar as negociações com promessas a serem atendidas.

23 de maio de 2015

Após cinco dias de estado de greve dos professores da rede municipal de Campos dos Goytacazes, que teve inicio no dia (18) os docentes resolveram voltar às salas de aulas na próxima segunda-feira (25) depois do ato público realizado na sexta-feira (22) que teve início na Praça S. Salvador, a partir das 15h e terminou com a ameaça de acampamento na porta da prefeitura.

Foi um ato histórico pacífico jamais visto na cidade e que contou aproximadamente com mil profissionais reunidos, além do comando de greve da categoria que esclareceu todos os motivos pelos quais os professores municipais e a comunidade estão insatisfeitos com a administração do governo Rosinha Garotinho, que contou com a participação de duas mães de alunos que fizeram uso da palavra tanto na praça quanto na porta da prefeitura, em apoio aos professores, bem como relataram a situação em que se encontram as unidades escolares nas quais seus filhos estudam em condições deploráveis.

A pauta de reivindicações não inclui somente aumento da reposição salarial, mas uma série de ações pontuadas, entre elas, retorno do vale transportes, reformas das escolas, material didático, redução da carga horária, merenda de qualidade, vigias, inspetores de alunos, uma vez que foi realizado um concurso público para inspetores de alunos e até o momento não foram convocados, entre outras questões assinaladas.

Durante o ato de manifestação – vários profissionais da área de saúde também participaram com faixas retratando a realidade caótica também em que se encontram as unidades de saúde do município. De cima de um trio elétrico, os manifestantes clamavam pela prefeita Rosinha para que recebesse a comissão, o que acabou não acontecendo.

Por alguns instantes a situação ficou tensa quando dois homens suspeitos de terem sido infiltrados a mando de alguém para promoverem baderna no movimento dos professores. Eles forçaram as grades de revestimento dos portões do prédio da prefeitura com diversas pessoas encostadas nas mesmas. Ao perceberem a ação que foi gravada por diversas câmeras, ambos foram presos em flagrantes pela guarda municipal, sendo que, segundo informações repassadas dão conta de que um deles é filho de uma diretora de escola que, a princípio, não se sabia se era de Campos ou do município de S.Francisco do Itabapoana.

Ainda durante o ato de manifestação na porta da prefeitura, assim que finalmente, a comissão foi recebida pelos secretários de administração e gestão – Fábio Ribeiro e o de Educação – Fred Rangel, tanto a imprensa e os três vereadores Marcão, Fred Machado e Rafael Diniz, todos foram impedidos de entrar na prefeitura para acompanhar as negociações dos secretários de governo com a comissão dos professores. 

Segundo informações repassadas, apenas um único representante de um webjornal de noticias de Campos e considerado suspeito de ser pro governo teve a entrada garantida.

Segundo os professores, o diálogo com a administração ficou acertado da seguinte forma:

1- Contratação imediata de vigias, funcionários de limpeza e outros para 30 unidades escolares de ensino em situação mais crítica – vale lembrar que Campos possui 239 instituições escolares mantidas pela prefeitura;

2- Criar um calendário para reforma das unidades escolares mediante consulta à Secretaria Municipal de Obras;

3- Dialogar, na próxima semana com a prefeita Rosinha sobre a possibilidade de não utilizar mais o livro didático “Expoente;

4- Dialogar, na próxima semana com a prefeita sobre a possibilidade de revisão do Plano de Cargos e Salários;

5- Dialogar, no começo de setembro, sobre o reajuste salarial da categoria;

6- Não cortar os cinco dias em que os professores ficaram sem trabalhar, com a condição de os professores voltarem às salas de aula na segunda-feira (25)

Sobre o plano de saúde, que foi cortado, os representantes do governo não se manifestaram na reunião, bem como sobre a convocação dos profissionais aprovados no concurso, a informação repassada pelos representantes do governo que o governo municipal informou não ser possível no momento.

Há quem considera que os avanços foram muito poucos e mesmo com as promessas, o encerramento da greve não agradou a todos os docentes, conforme afirma Graciete Santana. “Os avanços foram poucos e a sensação é a de insatisfação. Temos que frisar neste momento que o governo não demonstra confiança e a situação nas escolas está caótica. O que vai acontecer é uma interrogação, mas o que houve hoje é prova que o governo municipal estava desesperado com a possibilidade de ocupação da prefeitura. Nós continuamos em estado de greve e de olho nas promessas”, ressaltou a professora Graciete Santana.

Para a professora Odete Rocha, é preciso fazer uma avaliação da situação atual. “Nós temos que ter responsabilidade e continuar em estado de greve até as reivindicações em pauta serem atendidas. As negociações continuam em andamento e não estamos abrindo mão de nada. Queremos ser atendidos em tudo, mas temos que avaliar o que é possível”, ressaltou Odete.






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