ATÉ QUANDO SE IRÁ VER NESTA CIDADE A MAIORIA DOS JOVENS SER TOMADOS PELAS DROGAS, BEBIDAS E LEVADOS PARA O MUNDO DO CRIME EM UMA CIDADE TÃO PEQUENA COMO SÂO FIDÉLIS?
Nesta semana a população viu mais um jovem ter sua vida ceifada por conta desse submundo do crime por ter se entregado a esse caminho sem volta. Quando não é cadeia, é cemitério. Mais uma família devastada, uma mãe cuja dor maior que ter um filho, é vê-lo perder sua vida tal como foi a mãe de Ruan Carlos Guimarães Faciolli. Além da mãe, a comoção também tomou conta do seu irmão Isaque Faciolli, um jovem cristão que tentou, tentou, tentou tirar o irmão do submundo das drogas, mas, lamentavelmente, ele não conseguiu e sua dor fez com que o seu choro se transformasse em palavras quase bem dizer num poema triste ao escrever para a despedida do seu irmão.
Contudo, os familiares ao entrarem em contato com a reportagem conclama a partir de agora, levantar uma bandeira de mobilização nesta cidade onde estima-se de que cada dez famílias, oito tem algum familiar nas drogas. E considera-se mais assustador e triste é ver que os governantes dentro do município, através das instituições públicas, nada tem feito para desacelerar o crescimento dessa situação.
Considerando-se que uma cidade que já não conta com um mercado de trabalho promissor, bem como não conta com um projeto efetivo sociocultural para atrair os jovens e adolescentes que vivem na ociosidade – os quais poderiam estar inseridos em algum projeto que pudesse lhes favorecer em crescimento para uma emancipação econômica, além da ocupação da mente. Não basta só escolinha de futebol que é o único projeto que se pensa nessa cidade. É preciso ir além do esporte. É preciso investir em ações que possam trabalhar a mente, o espírito, o corpo e, sobretudo, conjuntamente com os familiares, um projeto efetivo que proporcione melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Antigamente, a cidade contava com projetos em governos passados, dentre eles, os saudosos Guilherme Tito de Azevedo com o projeto “Juventude Sadia” que contava, além da prática de esportes, dança, teatro, música, oficina de artesanato para quem quisesse aprender uma arte para a economia criativa. E esse projeto teve continuidade no governo do Benedito Passarinho, denominado “geração 2000”. Após esses dois governos, a cidade perdeu sua referência em se tratando de projetos socioculturais para os jovens e adolescentes.
Em face desses questionamentos, ainda assim a população tem cobrado uma postura mais atuante e firme por parte da segurança púbica dentro do munícipio de combate às drogas. Ainda, a fiscalização mais rigorosa em relação à venda de bebidas alcóolicas que com base em depoimento de alguns moradores disseram estarem cansados de presenciarem esse tipo de venda a jovens menores de 18 anos.
Sendo assim, os familiares de Ruan pretendem levantar essa bandeira para acordar a população de São Fidélis, principalmente as famílias a terem mais responsabilidade e um olhar para essa situação, bem como cobrar por mais políticas públicas direcionadas aos jovens e adolescentes que conforme se tem visto há anos, somente o crescimento desse estado de vulnerabilidade e ociosidade cujas consequências têm sido vidas destruídas pelas drogas afins.
Por Nelzimar Lacerda
Imagens cedidas por familiar de Ruan