Reforma da Biblioteca Municipal: após três anos, um raio X das obras de péssima qualidade leva o prédio a sofrer novos reparos e novo custo para os cofres públicos.

13 de junho de 2015

A reforma da Biblioteca Municipal Corina Peixoto de Araújo – realizada pela empresa Angle Comércio LTDA cujas obras foram iniciadas em outubro de 2010, bem como entregue somente em setembro de 2012, e num valor de quase 170 mil reais, parece não ter correspondido com o que se esperava em termos de qualidade dos serviços prestados porque os problemas existentes antes das obras de restauro como as goteiras, por ex., foram ampliados por quase todos os cômodos do antigo “Solar do Barão de Vila Flor”, datado de 1840.

Ainda de acordo com as informações apuradas, as paredes que antes nunca haviam apresentado infiltração, agora tem goteiras espalhadas por todos os cantos da casa e qualquer chuva forte faz com que a água escorra feito cachoeiras. Com isso, a massa e a tinta têm se perdido e partes das paredes estão totalmente estufadas e descascadas. Como se não bastasse, o madeiramento de revestimento nas janelas e rodapés, em alguns cômodos foi trocado e apresentou cupim, o que demonstra material usado de baixa qualidade. O piso do anfiteatro não contou com excelente acabamento e nem rampa de acessibilidade, assim como o calçamento sem nivelamento ou uniformidade na colocação das pedras, levando-o a ficar com ressaltos, o que requer cuidados por parte de quem circula com salto alto.

Por fim, o telhado da casa tem causado transtorno e preocupação já que por conta de todas as goteiras que apareceram depois dos serviços da Angle, levou a administração a fazer uma nova contratação de serviço, cuja empresa é a Azeram e as telhas foram encomendadas na cidade de Itaboraí, visto que, por serem tais telhas do período colonial e às quais eram fabricadas pelos escravos que as mediam em suas próprias coxas. 

Vale ressaltar que, assim como a Igreja Matriz e a Ponte Metálica, o prédio da Biblioteca também foi tombado em 2002, e toda a obra de restauro passou pela avaliação e liberação do Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural. Na época, a representante do órgão, Maria Cecília não permitiu que as telhas fossem trocadas, e sim só retiradas para uma lavagem. No entanto, há quem considera que se o telhado fosse trocado os problemas não teriam aparecidos e evitaria novos custos. O novo contrato da empresa para a realização de reparos inclui: troca do telhado, madeiramento e outras. O valor é de R$71.913, 64 com prazo de 90 dias para a conclusão. Porém, a obra teve inicio em fevereiro deste ano, ainda não foi finalizada.

A reportagem conversou por tel com o senhor José Carlos, responsável pela empresa contratada para executar os serviços – disse que o atraso se deve à fabricação das telhas, já que por ser um produto antigo, foi preciso fazer encomenda de acordo com o mesmo tamanho das originais. Ainda segundo José Carlos, garantiu que na próxima semana, o restante das telhas chegando, prometeu concluir todo o trabalho em 15 dias. 







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