No começo eram poucos jovens que se reuniam em um dos coretos abrigo da paz na Praça Guilherme Tito de Azevedo, onde um dos principais líderes do movimento da Roda Cultural, Neto Potiguar instituiu os encontros com amigos para apresentar suas composições no estilo rapper e poesia.
Porém, em três meses de movimentação da Roda Cultural, a história passou a ser outra quando demais jovens que gostam de música e dominam as cordas de violões, passaram a se juntar a Neto e daí já são cerca de 10 integrantes que compõem o movimento alternativo numa espécie de cena undeground fidelense.
(Para quem não sabe, Underground é uma expressão usada para designar um ambiente cultural que foge dos padrões comerciais, dos modismos e que está fora da mídia. Muito conhecido como Movimento Underground).
Todavia, como tudo que é diferente chama a atenção ou incomoda e, com isso, por alguns dias, os meninos foram impedidos de manterem a movimentação no local, e a guarda municipal recebeu ordem para não deixá-los se reunirem no abrigo enquanto a administração municipal concedesse um documento autorizando o encontro deles no espaço público, o que foi feito. Segundo informações, a justificativa do impedimento foi atribuída em função de reclamações de moradores.
E a partir de agora, o movimento tem recebido mais apoio dos pais de jovens e adolescentes que começaram a valorizar a arte, a música e, assim, passaram a frequentar o espaço com outra visão. Uma das apoiadoras e que têm dado muita força ao grupo, é a pedagoga e professora Michele Duarte.
“Neto é um rapaz de talento e inteligente, o que faz um diferencial e ainda mais numa cidade onde não há quase nada em matéria cultural que pudesse atrair os jovens, as crianças e adolescentes com uma proposta alternativa. Enquanto ele gosta de arte, estudar, ler, curte raper, música, literatura, poesia e adora frequentar museus, muitos jovens, infelizmente, estão nas bebidas, nas drogas e na ociosidade. Portanto, esse movimento tem sido abraçado por alguns pais que hoje tem até agradecido ao movimento pelos filhos frequentarem a Roda Cultural porque é uma forma de disciplina, arte e cultura”, afirmou.
No mesmo espaço onde os encontros são feitos todas as sextas-feiras, a partir das 19h, também pode ser vista uma pequena exposição de trabalhos de arte literária expostos em mural no local das apresentações. E segundo Neto Potiguar – há uma intenção maior em fazer com que esse encontro semanal seja ampliado com outras modalidades apresentadas num contexto de arte urbana e de modo a integrar trabalhos de grafiteiros grupos de danças e teatro.
O portal São Fidélis vai publicar nos próximos dias um vídeo compacto de uma das apresentações do grupo e o qual servirá de abertura na agenda cultural, bem como na divulgação dos jovens talentosos.