Já dizia o poeta: “dançar é escrever com o corpo estendido à frente, alongar-se, encolher-se, rodopiar, inclinar-se, e jogar-se em absoluta confiança no outro que ampara depois de centenas de ensaios”… Entretanto, antes de tudo isso, é preciso pensar no tema e planejamento do espetáculo, preparo dos figurinos e etc.
Com base nesse contexto, a professora de dança do Grupo Dançarte, Adriana Oliveira, anuncia que já está tudo pronto para mais um espetáculo de fim de ano a ser apresentado nos dias 29, 30 e 1º de dezembro, a partir das 20h, na Quadra de Esportes Humberto Lusitano Maia, cujo tema deste ano será ‘No Ritmo do Calendário’ e a entrada será franca.
Segundo Adriana, esse tema vai embalar diversas coreografias que mostrarão um pouco da diversidade dos eventos comemorativos referentes a cada data do calendário nacional, ou seja, todas as comemorações que se iniciam em janeiro e terminam em dezembro.
“Vamos fazer um espetáculo bem brasileiro, no qual cada data comemorativa que faz parte do nosso calendário, seja representada nas diversas modalidades das coregrafias, de modo ainda que, há uma exceção, pois o dia de halloween, mesmo não sendo essa data de origem do calendário nacional, mas, por ser comemorada em quase todos os lugares do mundo, inclusive, no Brasil, sendo assim será destacada também”, ressaltou.
O grupo Dançarte conta com 98 alunos que recebem aulas ministradas pela professora Adriana através de parceria com o Colégio Estadual Barão de Macaúbas, cujas atividades são desenvolvidas há mais de dez anos, com a inserção do projeto de animação cultural como uma prática de despertar nos alunos tal inclinação para as vertentes das artes, bem como uma forma de manter o aluno integrado na instituição escolar, como por exemplo, se o aluno estuda no horário da manhã, tem-se a opção no horário da tarde em integrar-se a uma atividade cultural que seja oferecida nos espaços da instituição escolar. Recentemente, o Colégio Estadual Montese passou a contar com aulas ministradas também pela professora.
Pela luta e credibilidade do trabalho que Adriana desenvolve ao longo dos anos, o apoio por parte do comércio local, sempre contribui em muito para a realização dos espetáculos, tendo em vista por se tratar de um projeto que envolve trabalhar com jovens, crianças e adolescentes de poucas condições financeiras, o custo da logística e montagem de um espetáculo que, anualmente tem crescido, torna-se mais caro também.
O grupo Dançarte tem um vasto repertório de apresentações consolidadas, bem como premiado pelo RioSociocultural, entre os mais de 300 inscritos de todo o estado do Rio, ficou em 1º lugar no geral em 2011. O Prêmio Rio Sociocultural tem o objetivo de identificar, premiar e dar visibilidade às ações inovadoras, criando potencial para que projetos exemplares se multipliquem.
A professora ressalta ainda que, apesar do apoio por parte da prefeitura na liberação da quadra e da sonorização, uma das maiores dificuldades em se fazer qualquer evento de grande porte no município, esteja na ausência de um local que tenha uma infraestrutura, como por ex., palco com dimensões programadas para apresentações de companhias de danças e teatros, que o local tivesse iluminação, telão, cadeiras fixas, enfim, um espaço digno para oferecer comodidade e suporte para os eventos dessa natureza.
Há muito se tem ouvido por parte de diversos produtores culturais da cidade e região que, infelizmente, a cidade de São Fidélis deixa de ser contemplada com importantes apresentações de produções de eventos culturais de médio a grande porte, porque não há um local adequado. E isso precisa ser repensado pelo poder público.
Só para ilustrar, há quase dois anos, o artista plástico e fidelense Alexandre Mury – um dos nomes das artes plásticas de maior referência na atualidade, não pôde expor uma parte de seus trabalhos em sua terra natal por falta de local apropriado sobre o qual já mencionado.
É bom que se saiba que, há bastante tempo que a Quadra de Esportes Humberto Lusitano Maia (apesar de ser o único local que serve a todos os tipos de apresentações de eventos abertos ao público no centro da cidade), quando chove com intensidade há muitas goteiras, o que coloca em risco o sistema de iluminação, sonorização e a comodidade do público.
Logo, o grupo terá que torcer para que não haja chuva durantes os dias das apresentações do espetáculo, e que todos possam prestigiar mais um sucesso.