Bairro Barreiro

Bem vindo ao bairro Barreiro!

Um bairro que apresenta no seu contexto histórico uma geografia local considerada íngreme. O acesso ao bairro Barreiro inicia através de duas ruas transversais com a antiga Duque de Caxias, sendo elas: rua Comendador Dantas e Rua Barão de Vila Flor. Além da rua Barão de Vila Flor, o bairro conta com mais uma das suas principais ruas de acesso, além da Barão de Vila Flor, com outra rua principal do bairro que é a Zenóbia Simões de Souza.

Historicamente, a cidade de São Fidélis foi produtora de café, um dos períodos áureos da época colonial – cuja economia era produzida pela mão de obra escrava. Neste caso, só no Barreiro eram duas fazendas, sendo a do Barão de Vila Flor (dono também da fazenda de São Benedito), e a da família Zenóbia Simões. Atualmente, as fazendas contam com novos proprietários e nas proximidades delas, boa parte da área está sendo transformada em conjuntos residenciais no bairro.

Uma característica marcante: onde existia produção de café ou cana de açúcar – sempre existiam as manifestações culturais realizadas pelos escravos que viviam em senzalas nessas fazendas. Com isso, era natural a existência de centros de umbanda, folias de reis, dança do Mineiro Pau, Capoeira, Caxambu e etc. Tudo isso faz parte da cultura e do sincretismo religioso. Nota-se que desde a chegada dos primeiros colonizadores portugueses, se intensificando com a presença dos escravos africanos, que, em contato com a população nativa do Brasil (os indígenas), disseminou os seus costumes, rituais e tradições.

Sendo assim, o bairro Barreiro não era diferente de outros com relação ao sincretismo religioso e demais manifestações culturais. No bairro destacaram-se os famosos centros de trabalhos espirituais que eram bastantes conhecidos e tinham à frente as falecidas moradoras que eram consideradas as rezadeiras “dona Irene”, dona “Dejelina” “dona Josefa” e “dona Dorvalina” Inclusive, as maiores festas de Cosme Damião realizadas na cidade eram no Barreiro.

Da origem do nome Barreiro e suas características:

Por ter sido no passado uma localidade de difícil acesso, principalmente quando chovia e daí um lamaçal de bairro descia dos morros e impedia o acesso dos pouquíssimos moradores que residiam no Barreiro. Segundo relatos de moradores antigos do bairro, Barreiro era um matagal que só contava com um carro que circulava na área, sendo o veículo um Fusca que pertencia ao morador já falecido – Aderbal Costa. Ainda em relação à geografia local do bairro, no passado – Barreiro foi considerado rico na exploração do mineral grafite e há quem considera que se escavar em determinadas áreas dos morros o mineral pode ser encontrado.

Atualmente, o bairro é considerado totalmente residencial e tem expandido por conta de construções dos conjuntos residenciais. Ao entrar em uma das ruas principais de acesso ao Barreiro – tem-se acesso também à fazenda do senhor Adib Skury. Logo após a fazenda, há muitas casas em construção. Entretanto, o bairro não tem uma rede comercial conforme nos demais bairros de modo que é considerado o mais propício dentro do município para a construção de condomínios fechados.

Além das fazendas que ainda existem no bairro, destaca-se logo na chegada de uma das ruas principais – a casa que foi a residência do falecido ex-prefeito Humberto Lusitano Maia, cuja área é imensa e, atualmente funciona a 13ª Residência de obras e conservação, isto é, o DER-RJ que foi instalado no ano de 1966, ano das enchentes que tomou conta de quase todas as cidades da região. O local é tão grande que nele ainda existem os galpões onde funcionava a serraria do senhor Humberto, detalhes na estrutura predial mostram parte da construção em forma de pirâmides. Quanto à casa, a estrutura predial também continua a mesma, porém as janelas e portas foram trocadas portas por conta de instalações de acomodação e refrigeração da repartição do DER RJ.

O bairro Barreiro teve no século passado, moradores ilustres, entre eles, o ex-prefeito falecido Humberto Lusitano Maia, o fotógrafo Manhães, Otalier Valentim (popular “Seu Teli”), Aderbal Costa e muitos outros. Entre os que se encontram vivos para narrarem sobre a história de como tudo começou no bairro há mais de 50 anos, temos as senhoras Jacy Magalhães, Marizete, Glorinha, entre outros que, mesmo não tendo sido lembrados – podem/poderão ser lembrados e citados à medida que a pesquisa vai sendo desenvolvida.

Do potencial que o bairro oferece para o turismo local:

O bairro poderia/poderá revitalizar um dos seus pontos considerado importante para explorar o turismo local com a caverna no alto das proximidades com o Cruzeiro. Segundo relatos de moradores, o local precisa de recursos humanos com ferramentas para desobstrução de uma parte da caverna que se encontra interditada por conta de um trecho de terra que se rompeu e acabou obstruindo a entrada. Acredita-se que a caverna era muito usada pelos índios Coroados que transitavam por ela para terem acesso as áreas da região, principalmente às serras.

Destaca-se, o local é considerado ideal para campeonatos de downhill bike cujo esporte local tem como campeão na modalidade esportiva, o fidelense Edgar Damasceno, que já participou e venceu outros campeonatos até fora do país. O fator histórico aliado ao bairro Barreiro justifica-se pelo fato do bairro ser próximo de Gamboa – onde a história da fundação da cidade foi iniciada com a chegada dos frades italianos fundadores – Frei Angello Maria de Lucca e Victorio de Cambiasca – cuja chegada se deu exatamente numa área que era o reduto dos índios Coroados.

Das necessidades de melhorias e investimentos apontados pelos moradores:

O bairro é o único da cidade que não conta com creche escola, posto de saúde, área de lazer, praça e nem quadra de esporte. Durante a pesquisa in loco – em uma das imagens feitas observam-se crianças brincando no meio da rua e andando de patins. Mesmo apresentando em sua geografia local – subidas íngremes, ainda assim há algumas áreas consideradas ideais para que seja construída área de lazer, uma creche escola e posto de saúde. Da mesma forma, os moradores esperam pela pavimentação de algumas ruas de acesso, por exemplo, Rua Maria Giovana Valentim que se encontra sem pavimentação.

No Barreiro ainda não há a presença de capelas e/ou congregações religiosas. Só há uma gruta pequena com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em uma das ruas que dá acesso ao setor de tratamento de água da Cedae próximo ao “morro do Cruzeiro”. No referido trecho de passagem há um banco no local que, por sinal, o local encontra-se bem cuidado pelos moradores Welton Manhães – que é comerciante do ramo de floricultura e de mudas de plantas ornamentais. Daí percebe-se uma organização e olhar paisagístico no local. Além dele, outro morador que, segundo o próprio Welton – quem muito contribui bastante no zelo pela área é, também, o funcionário da Cedae – senhor Geraldo.

Por Nelzimar Lacerda – www.saofidelisrj.com.br 

 

 

 


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