A Lição com mais uma Copa do Mundo às vésperas de uma eleição

7 de julho de 2018

De nada adianta ser tomado por espírito nacionalista somente em época de Copa do Mundo. É preciso ungir-se dele para escolher melhor os dirigentes do País a cada quatro anos também. Daí sim poder-se-á contar com seus papeis para se ter o que comemorar em dia na Saúde, Educação, Esporte Segurança e etc.

O jogo não acabou. A Copa dos brasileiros que investiram em gastos com viagens, compras dos adereços e apetrechos nas cores verde e amarelo é que se finalizou com a eliminação da seleção, ao voltar para casa somente para cumprir com um protocolo.

E não adianta xingar os jogadores, visto que eles são trabalhadores comuns, porém com quilômetros e quilômetros distantes de qualquer outro brasileiro que rala, estudou/estuda há anos para conquistar uma vaga em concurso público se quiser ter um emprego e ainda assim receber baixos salários, dos que recebem um mísero salário que mal dá para comprar o alimento para sustentar sua família ou dos milhares que nem emprego têm.

Os jogadores da seleção, (aliás, boa parte nem no Brasil mora e nem voltará, e não está nem aí para quem aqui vive) ganham milhões de dólares para atuarem apenas por 90 minutos num gramado, além de muitos outros valores pelo uso de suas imagens, luvas, publicidades que recebem e etc. São dois pesos e duas medidas imbuídos no espírito nacionalista do brasileiro.

Considera-se uma espécie de fuga dos problemas que ele não consegue se livrar. E aí é tomado pela ilusão midiática sedutora, da falsa criação dos heróis lançados por essa indústria hegemônica para vender essas ilusões através de ícones que a Mídia e o mercado empresarial criam e promovem. E muitos ficam a sonhar que um dia possa ser essas “estrelas” que não caem do céu, mas sim da Mídia e da CBF.

E a maioria dessa massa ao se embriagar desses ingredientes e ícones, acaba por sair da sua realidade de vida para se encontrar nessa ilusão/sonho. Entretanto, quando cai na real ao acordar do sonho ou ilusão, quer crucificar alguém ou arrumar um culpado para não assumir o próprio erro.

Portanto, não se pode misturar os fatos por conta de uma frustração, de modo ainda não adianta criar culpados para uma situação na qual se encontra o Brasil com essas e outras classes políticas, judiciário e legislativo, quando, na verdade, eles foram postos no poder sem um pingo de respeito e nacionalismo por parte desse mesmo povo que é capaz de parar um país para torcer e exigir de uma seleção, uma taça e um título. Mas não para o Brasil para exigir dos governantes uma gestão limpa e retorno dos altos impostos com prestação de serviços sociais de qualidade e igualitários para todos os cidadãos brasileiros.

Em contrapartida, a maioria desse mesmo povo que veste verde e amarelo para a Copa do Mundo e torcer por uma seleção (que não é do Brasil, e sim da CBF partidária e enlameada na corrupção); não é capaz de ungir-se desse mesmo espírito nacionalista para parar o país e mudar a cara desse jogo político feio, sujo e corrupto ao qual o País vive há décadas.

Editorial São Fidélis RJ






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