Na manhã deste domingo (21) nossa reportagem teve a honra e sorte de um flagrante ao encontrar pela rua Celestino Picanço, no bairro Coroados, o senhor Benedito da Silva Pereira, 105 anos. O que chamou a atenção da reportagem não foi saber somente a idade, mas sim olhar para aquele senhorzinho de estatura pequena, carregando um tronco de árvore no ombro – rua afora para fazer lenha, após ajudar numa poda de árvore que estava sendo realizada.
Morador na mesma rua onde paramos para um bate papo rápido, “seu Benedito”, como é conhecido, atravessou um século de vida com enorme vigor, fé, lucidez e disposição para trabalhar. Pai de 11 filhos, viúvo e quanto aos filhos – somente cinco estão vivos.
Ao concluir o bate papo fomos até às dependências de sua casinha que fica numa espécie de sobradinho que ainda se encontra no tijolo, sem acabamento, mas com tudo organizado. Ao chegar no andar de cima com ele subindo às escadas – logo encontramos um santuário com textos bíblicos e o terço na porta de seu casebre – prova do quanto demonstra a sua fé como fiel católico.
Em seguida, a reportagem atende ao convite para entrar nos demais aposentos do casebre, o qual conta banheiro, pia dois quartinhos com cama tudo como ele mesmo disse ‘direitinho’ ao seu jeito simples para viver. Segundo ele, o outro quartinho é para quando chegar uma visita que porventura tenha que pernoitar na sua casinha.
Foi uma reportagem rápida e simples – mesmo porque não foi nada programado, apesar de a revista eletrônica SF RJ ter um quadro de reportagem intitulado Da série história de quem tem história de vida para contar, que estaria prestes a retornar no próximo mês com suas reportagens – sendo assim foi muita coincidência e acabou antecipando a renovação do quadro cuja finalidade desse tipo de reportagem é levar as pessoas a refletirem sobre aspectos e estilos de vida, cultura, história de quem tem história para contar, saúde, simplicidade de vida em um mundo onde poucos param pensar sobre esses itens, por conta do jornalismo local diariamente, ser mais focado sobre o que acontece nos espaços urbanos.
Ainda, a reportagem tomou conhecimento de que, há alguns anos, seu Benedito foi atropelado por um motociclista em alta velocidade na Rua Emygdio Maia Santos – quando estava indo para a procissão de N.S.de Fátima, e ficou um bom tempo sem andar, mas graças a Deus e a sua fé – conseguiu se recuperar e segue a vidinha dele sempre ativo, animado para trabalhar e anda a pé pelo bairro e centro quase todos os dias, bem como vai à missa religiosamente aos domingos.
Por Nelzimar Lacerda