O Movimento Educadores de Campos em Luta, em sua segunda paralisação realizada na terça-feira (22) e fortemente marcada com a presença de grande número de profissionais que se concentraram por volta das 9h, na Praça S. Salvador, onde foi feita uma exposição com mais de 100 fotos, cujos registros chocantes chamaram a atenção de vários populares e da imprensa, sobre o estado em que se encontram várias escolas e creches do município, mostraram que a luta está só começando e prometem não dá trégua, enquanto o executivo não lhes atender. No banner de abertura a frase; “A Educação de Campos não é um mar de rosas”, contrariando a propaganda do governo municipal que prega que em Campos as escolas são modelos.
Por volta das 13h, o movimento seguiu para a Câmara Municipal, no sentido de aproveitar a audiência pública marcada para às 14h, para discussão sobre o orçamento do exercício de 2014, a ser votado até o dia 15/12. Os professores queriam fazer algumas reivindicações, como, por exemplo, do piso salarial, que se encontra em R$ 1.327,76 e, assim, solicitar aos edis que repensem e cobrem do executivo uma atenção maior para o setor da Educação.
Mas, ao chegarem lá, as portas da casa do povo estavam fechadas e tomadas de seguranças e PM e os mesmos foram impedidos de terem acesso ao plenário. As únicas entradas permitidas até um determinado momento, seriam para os DAS, assessores e demais representantes das entidades civis e imprensa.
Durante a movimentação, os vereadores que chegavam para a sessão estariam entrando pelas portas do fundo do prédio, bem como muitos professores estavam presentes aguardando a possível entrada liberada só dos líderes do MECL, porém, quando o vereador Paulo Hirano chegou ao local, segundo depoimento dos professores, ele deu um empurrão em uma das professoras que acabou caindo e sofrendo uma lesão no joelho e braço. A docente foi orientada a fazer um BO na delegacia.
Daí aumentou a revolta dos docentes, além da situação de serem impedidos de entrarem, o que fez com os vereadores da oposição (Nildo Cardoso, Rafael Diniz e Marcão) não participassem da sessão e se juntassem aos professores na porta da Câmara. “Como o povo não pode entrar na casa do povo nós viemos nos solidarizar com eles”, disse Marcão.
Da pauta de reivindicações, até o momento a única concessão por parte do executivo, foi apenas 10% de regência, contrário aos 40% que os professores pedem, da mesma forma que esse valor pode ser retirado a qualquer momento ( em caso de licença médica) e somente os professores em sala de aula irão receber.
Atualmente, o município de Campos é considerado um dos que tem um dos pisos mais baixo da região Norte Fluminense, levando-se em conta que, por exemplo, Macaé que tem um orçamento previsto de 1,8 bi orçado para 2014, e já paga um piso inicial de R$ 2.179,00 sem incluir o valor da regência de R$ 800,00 e outras vantagens. Enquanto o município de Campos sequer passa perto e terá o maior orçamento da sua história, 2,5 bilhões. Ressalta-se ainda que, Campos não gasta um centavo de sua arrecadação com o pagamento dos professores, visto que o salário é totalmente pago pelo Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb).
A manifestação terminou às 16h nas escadarias da Câmara e os professores foram para a Praça do Liceu, onde foi realizada uma assembleia. A categoria marcou uma reunião do Comando de Mobilização dos Educadores de Campos em Luta para esta quarta-feira (23), às 18h, na Universidade Federal Fluminense (UFF) e, no mesmo horário, uma assembleia será realizada na quinta-feira (24), no Instituto Federal Fluminense (IFF) campus Centro, onde discutirão se irão ocupar ou não a sede da Prefeitura.
A reportagem do SF RJ através da jornalista Nelzimar Lacerda – responsável pelo veículo, registrou vários momentos em vídeo abaixo, além de fotos.