Com apenas dois meses no cargo de presidente da diretoria do Hospital Armando Vidal, Nelson Cruz, recebeu a redação do site para uma entrevista realizada na quarta-feira, (17) cujo teor informacional, foi considerado bastante significativo para que todos possam tomar ciência de uma realidade na qual a maioria da população desconhece. Em contrapartida, a falta de certas informações sempre fez com que a imagem da unidade ficasse prejudicada, mas que aos poucos, tem sido desmistificada pela nova gestão que, atualmente, o dirige.

A duras penas, o hospital sempre sofreu com um dos seus principais problemas que sempre refletiu na questão da falta de médicos, bem como nos últimos anos, teve a sorte de contar com um grande médico, humanista e solidário (que não pensava em dinheiro, e sim em salvar vidas) Dr. Janssen, que, infelizmente, faleceu recentemente, deixando a população mais carente meio que órfã na área médico cirúrgica, já que o mesmo compreendia a realidade de se trabalhar com extrema dedicação e servir bem a todo povo e, principalmente, os munícipes carentes da cidade. E, com isso, o novo presidente tem feito um esforço enorme na busca por uma contratação de outro médico que possa prestar atendimento na unidade hospitalar.

Em relação aos demais investimentos, foi possível observar várias obras de ampliações nas instalações físicas do hospital e com infraestrutura que, após as concluídas, oferecerão extremo conforto e adequação aos atendimentos tanto na UTI e demais 10 leitos que serão criados. Além disso, há outras benfeitorias no sistema de serviços que o hospital já oferece, como ambulatorial, raio X, sistema de ponto eletrônico, de lavanderia com tecnologia para descontaminação e etc.  Inclusive foi retirado um caminhão de lixo e sucata numa área do terreno que fica nos fundos do hospital, onde serão implantadas novas instalações que já se encontra em obras.

Com apenas três meses de gestão, tal planejamento de ações táticas e operacionais em função de melhorias, do saneamento e equacionamento das finanças do hospital, o presidente Nelsinho tem contado com um suporte profissional do contador experiente Manoel Monteiro, que é o tesoureiro na diretoria, e que tem tido grande empenho e profissionalismo, da mesma forma que tem recebido apoio dos demais que a integram e desejam fazer com que a administração do hospital tenha novos horizontes e adquira uma imagem institucional sólida, a partir de um trabalho transparente, de diálogo, de parceria e, acima de tudo, com responsabilidade. Disse que: “cada um deverá prestar contas, tanto quem por ela passou, bem como os demais integrantes que estão dirigindo-a e cujo prazo de sua gestão será até dezembro, pois, a partir de janeiro de 2013, será eleita a nova diretoria que irá comandar a administração,” ressaltou.

Perguntado sobre como encontrou a situação do hospital ao assumir a presidência, foi taxativo ao dizer que encontrou dívidas e, “após levantamento de dados e análises, foi feito um empréstimo para honrar os compromissos, tendo em vista a estabilidade econômica e da mesma forma que o juro ficou bastante pequeno e confortável para o hospital arcar, e, em momento algum, a unidade perdeu fornecedores, da mesma forma que assumiu os débitos anteriores, e, com isso, vem conseguindo utilizar com muita propriedade e responsabilidade o saneamento das dívidas e implantando melhorias extremamente importantes”.

Outro ponto importante destacado na entrevista foi o esclarecimento em relação aos dois convênios que a instituição tem com a prefeitura e que se tornou público e notório que a prefeitura não estaria repassando os valores, prejudicando assim, o atendimento à população. A princípio, são dois contratos que a instituição tem com a prefeitura e os quais são: um para emergência, cujo valor corresponde a parcelas em valor de 74 mil reais mensais e outro para o setor de maternidade, cujo valor corresponde em torno de 40 mil reais mensal, totalizando assim um repasse global no valor 400 mil por ano.  Porém, a demanda de atendimentos diários na unidade hospitalar é muito grande, como por ex., uma média de 30 partos por mês, além de outros serviços de atendimentos na área emergencial.

Por conta dessas discrepâncias e desajustes, o presidente ressaltou que “em momento algum mesmo sem os repasses das verbas em dia, o hospital não deixou de arcar com pagamentos a médicos para atenderem a todas as pacientes em trabalho de partos, principalmente, àquelas sem nenhum recurso e que necessitariam de passar pela cesariana. E o preço por esse trabalho cobrado pelo médico gira em torno 2.500,00 e que a prioridade é a vida do paciente”, afirmou.

É sabido que durante um parto, há necessidade do médico anestesista, obstetra e auxiliar, e tudo isso gera um custo muito alto. Por várias vezes tentou-se contratar esses profissionais, bem como pediatra também, outro profissional que muito precisamos contar no hospital e que, em geral, cobra por dia/semana em torno de 8.000,00 para trabalhar, o que totalizaria um custo com essas três especialidades, seguindo os mesmos valores a serem pagos a cada um, valor total mensal de 24.000,00. E os demais serviços que o hospital tem de prestar e arcar para a população? Como cobrir com um repasse de apenas em torno de 40 mil mensal, para atender a uma demanda populacional num município com quase 38 mil habitantes? Questiona.

Nelsinho – que tem características de um gestor com espírito de liderança estratégica, diplomacia, simplicidade e articulação, disse que para o próximo ano já está sendo feito uma planilha de negociação para a retomada desses convênios e que o poder executivo também reconhece a importância de manter os convênios, visto que o Armando Vidal em sua existência na prestação d e serviços na área de saúde há mais de 70 anos, pertence à comunidade, a qual precisa contar com o seu único hospital no município, bem saneado, estruturado e de portas abertas para atender a todos, independente de quaisquer situações.

Por ter sido uma entrevista longa e bastante sólida, a redação do site estará disponibilizando brevemente, um link informativo sobre todo o sistema de atendimento e demais informações a respeito da administração do HAV, bem como suas ações de interesse público, de modo que essa iniciativa possibilita o estreitamento de um relacionamento entre a imprensa e a instituição em prol do compromisso social, de modo que tenha cunho de gestão participativa.