Por determinação do bispo d. José Justiniano Mascarenhas Castello Branco e com auxílio do Vice-Rei do Brasil, d. Luiz de Vasconcellos, foram designados os capuchinhos frei Angello Maria de Lucca e frei Victório de Cambiasca para missão de catequese das tribos existentes na região norte da Vila de São Salvador dos Campos de Goitacazes.
Aos 5 dias do mês de setembro de 1781, partiram da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, chegando à Vila de São Salvador dos Campos dos Goitacazes no dia 15, do mesmo mês e ano.
Conscientizados da missão que iriam desempenhar, frei Angello Maria de Lucca e frei Victório de Cambiasca, no dia de 27 de setembro, isto é, 12 dias após deixarem a Vila de São Salvador dos Campos dos Goitacazes, em uma canoa, acompanhados de um “remador” e “língua” (intérprete), o cidadão Francisco Macedo, subiram o rio Paraíba do Sul, para alcançar o local denominado Gamboa, onde se localizavam os índios Coroados.
Segundo informam vários historiadores, no local os frades capuchinhos encontraram 30 índios e casebres cobertos de sapê, e em um desses casebres se abrigaram, para, no dia seguinte, 28 de setembro de 1781, construírem a primeira capela, também rústica, rezando a primeira missa.
Com a chegada dos missionários, a notícia se espalhou por toda a região, e os Coroados que se encontravam nas florestas acorreram ao aldeamento, surgindo em seguida mais de 40 choupanas.
Instalada a aldeia, os capuchinhos iniciaram os trabalhos de catequização e construção de uma igreja(capela) na Gamboa, que abrigasse maior número de fiéis. (João Gonçalves, proprietário das terras onde foi edificada a capela, disse, em 1866, que da pequena igreja restavam apenas algumas paredes.)
No ano de 1783, no mês de janeiro, após prévia autorização do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcellos, considerando as necessidades prementes da Aldeia, tiveram início as obras da nova igreja, à margem meridional do rio Paraíba do Sul. A primeira Igreja de São Fidélis (a partir de 1808, Igreja do Rosário) é hoje o auditório do Colégio Estadual São Fidélis.
Autor: Aurênio Pereira Carneiro