Uma brasileira com raízes fidelenses e naturalizada norueguesa, Jeane Kjerpeseth, 36, tem feito a diferença através da instituição Zumbaflora, à qual é diretora na cidade de Flora, onde reside há mais de dez anos, e tem sido destaque não somente pelo movimento do Zumba Fitness, mas, sobretudo, por agregar a este um trabalho de ação social que há dois anos, desenvolve no mês de fevereiro, o famoso baile de máscaras beneficente e cuja renda é direcionada para um hospital do câncer.
O evento não tem nenhum conglomerado de comunicação por detrás, nem marca de cervejaria, bem como nenhuma verba pública repassada ou quaisquer contratos publicitários. Simplesmente, uma festa popular feita pelo povo e para o povo. O trabalho de marketing e divulgação, inclusive, doações, totalmente feito através das redes sociais.
As máscaras são confeccionadas pela própria Jeane ou compradas em lojas, de acordo com o gosto de cada um, e a festa acontece com muita música, danças e um buffet servido. Logo, são cobrados ingressos simbólicos, da mesma forma que a organização também abre espaço para que sejam doados outros produtos que possam ser doados para instituições. E a segunda edição do evento já tem data marcada para o dia 23 de fevereiro. Além de organizadora do evento, Jeane conta com mais duas instrutoras, Sri Forde e Inger Lise Vereide.
“Tudo começou através de uma maratona de 4h de Zumba (Zumba é um popular programa de fitness inspirado numa dança latina. A Palavra “Zumba” vem de uma palavra colombiana que significa mover-se rapidamente e se divertir, que é apenas como as pessoas descrevem a rotina. Usando a música latina otimista em conjunto com exercício cardiovascular, Zumba é uma dança aeróbica, que é muito divertida e fácil de aprender) e 80% do dinheiro arrecadado foi doado para uma instituição do câncer. A ideia surgiu em decorrência de uma das integrantes do grupo de Zumba que, ao ser diagnosticada em um exame, descobriu que estaria com câncer de mama. Daí ficou afastada por muito tempo dos trabalhos, para ser submetida ao tratamento. Porém, ao término, ainda um tanto desfigurada fisicamente, mesmo assim, apareceu em uma das aulas e com muita disposição para recomeçar, pois, para ela, as aulas de Zumba faziam com que ela se sentisse bem. E com a liberação do médico, ela retornou de forma feliz. É como se estar na equipe e praticar as aulas, fossem uma luz na qual a direcionava para se agarrar e continuar a viver. Foi daí que nesse dia que a vi sob essa sensação, além do estado em que ainda se encontrava (sem cabelos e magra), que me levou a pensar e aproveitar o movimento da Zumba e, assim, agregar um valor social a mais, visto que as pessoas me perguntavam sobre o evento, super interessadas em apoiá-lo e participarem também. E, claro, a ideia se junta, ainda, em mostrar um pouquinho do Brasil e das nuances do carnaval do Brasil”, afirmou.
Apesar de o carnaval ter surgido na Europa, mas ao avançar fronteiras e ter chegado ao Brasil, sua adaptação ganhou outras direções, nuances e movimentos por conta da criatividade dos brasileiros em se tratando de ginga, e, assim, fez com que se tornasse a maior festa do planeta, em especial, o carnaval carioca que se tornou há muito tempo, uma verdadeira indústria, e não mais uma festa popular. Ou seja, na atualidade, é uma festa para quem tem condições de pagar, bem como no “modus operandi” atrair turistas internacionais, sem falar que verbas públicas compõem também a engrenagem dessa indústria.
Entretanto, em solos onde a festa surgiu, o carnaval jamais foi prioridade tamanha que não sejam prioritariamente, Educação e Saúde – temas estes que são considerados de maior importância para o desenvolvimento de uma nação. E os quais no Brasil, ironicamente, não são. In tese, (considerando-se as mazelas existentes e a corrupção que reinam), os temas nunca foram merecedores do mesmo empenho de forças direcionadas pelo povo e autoridades, o quanto são para a festa de Momo e o Futebol. Haja vista as cifras bilionárias em investimentos que são gastos e desviados, como por ex., para a Copa do Mundo; enquanto que milhares de brasileiros morrem nas filas de hospitais todos os dias, por conta de um sistema de saúde que há muito se encontra num verdadeiro estado de UTI em todo o Brasil, e sem médicos para prestarem atendimentos. Considerando-se que isso é só uma ponta do iceberg dos graves problemas e das mazelas sociais que parecem não ter cura por aqui, os demais nem precisam ser enumerados.
Para conhecer um pouco mais sobre o Zumbaflora e participar da campanha basta acessar www.zumbaflora.no