No último fim de semana – a agenda cultural na “Cidade Poema” foi aberta pelo grupo Social Dançarte em mais edição de seu espetáculo de fim de ano sob comando da professora Adriana de Oliveira, que, há 19 anos – dirige com maestria esse trabalho que nasceu sob o prisma de um olhar comunitário, juntamente nos espaços do Grupo escolar Barão de Macaúbas que tinha/tem o caráter de oferecer atividades intercaladas com danças às crianças e adolescentes carentes, bem como aquelas que estariam em situação vulnerável. Destaca-se ainda que a professora Adriana é animadora cultural do então hoje Colégio Estadual Barão de Macaúbas.
A cada ano o grupo faz sua apresentação de fim de ano, bem como sempre com apoio de empresas e comércio local, e ainda assim os pais ajudam também na medida do que podem para arcar com o figurino. Adriana Oliveira também sempre que pode – cria alternativas para angariar algum recurso financeiro, como, por exemplo, venda de feijão tropeiro e assim segue anualmente para que a população que aprecia os resultados somados e conquistados durante o ano com uma apresentação para que todos possam prestigiar o grupo.
O tema do espetáculo deste ano foi ‘Brinquedo’ cuja finalidade foi trazer uma reflexão acerca da importância do brinquedo e das brincadeiras na vida da criança. As coreografias mostram exatamente a ludicidade em suas diversas nuances nos figurinos, de forma a darem vida em algumas partes cenográficas bastante graciosas pelas crianças e demais corpo de bailarinos.
Nesse contraponto, a cortina do palco se abre para iniciar o espetáculo que convida a todos a fazerem uma viagem quando se era criança e brincava-se, na maioria das vezes, com brinquedos que eram até mesmo produzidos pela própria criança e/ou adolescente. Tempo também em que brincava de roda, pique esconde e etc. Ressalta-se, com isso, uma viagem no tempo em que a infância era vivenciada e partilhada também com os pais, além dos espaços escolares.
Observa-se que na era da hipermídia – as crianças, em sua grande maioria, não desfruta mais de uma infância saudável por conta das Novas Tecnologias da Informação (NTIs) e nem com uma programação infantil de qualidade através da TV. A idade da infância está, lamentavelmente – perdida em função da tal “idade da mídia” e de seus agregados aparelhos móveis digitais que passaram a ser o brinquedo de boa parte das crianças.
Dessa forma, o grupo Dançarte que, atualmente conta com aproximadamente 100 alunos e, em 2020, completará vinte anos, conseguiu deixar seu recado para que todos possam refletir sobre o tema.
Por Nelzimar Lacerda