Ao iniciar mais um trabalho informativo sobre a história local, bem como destacar ilustres personalidades que deixaram um legado e exemplo para a cidade, hoje vamos destacar a figura do Dr. Geraque Collet.
A personalidade de destaque hoje não era fidelense, muito menos fluminense ou carioca. Agnelo Geraque Collet nasceu na cidade de Santo Amaro – BA, em 1862, e era filho de Pedro Eugênio Collet e de Emília Leopoldina Geraque Collet. Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1886, dedicou-se ao exercício da clínica médica na cidade de Caravelas – BA. Em 1894 mudou-se para São Fidélis, onde reiniciou a prática da clínica médica e passou a exercer uma intensa atividade política.
Elegeu-se vereador nos períodos de 1901 a 1907 e de 1909 a 1910, chegando a ser presidente da Câmara Municipal. Filiado ao Partido Republicano do estado do Rio de Janeiro. Dedicou quase toda a sua vida ao nosso estado e à nossa cidade, portanto, podemos dar a ele o título de “cidadão fidelense”, pois mesmo não o sendo de nascimento, o foi de coração. Collet foi a pessoa mais importante, depois de Frei Ângelo e Frei Victório, claro, a contribuir para urbanização de São Fidélis.
Muito humanizado e bom profissional, tornou-se em pouco tempo o mais famoso médico da época. Colocou-se ao lado do Dr. Alberto Torres e ingressou na política fluminense. Foi eleito deputado estadual por São Fidélis. Também, em 12 de julho de 1914, foi eleito segundo vice-presidente do estado do Rio de Janeiro, na chapa encabeçada por Nilo Peçanha, composta também pelo coronel Francisco Xavier da Silva Guimarães como primeiro vice-presidente.
Nilo Peçanha foi então eleito para presidir o estado pela segunda vez e tomou posse em 31 de dezembro do mesmo ano. No entanto, em 7 de maio de 1917, renunciou para ocupar a pasta de Relações Exteriores no governo de Venceslau Brás (1914-1918). A chefia do Executivo fluminense foi transferida a Francisco Xavier da Silva Guimarães, que faleceu pouco depois, em 19 de junho. No dia seguinte Agnelo Collet assumiu a presidência do estado, e em 31 de dezembro de 1918 transmitiu o governo a Raul Veiga (1918-1922). Foi nesse período que presidente do estado instalou o serviço de água e esgoto de nossa terra.
Agnello faleceu na cidade de Niterói, a então capital do estado do Rio de Janeiro, no dia 15 de abril de 1929. Foi casado três vezes, primeiro com Aurora Barcellos Collet (no registro oficial do segundo casamento, em anexo afirma ser Ana de Campos Barcelos Collet) ficando viúvo. Casou-se depois, com a irmã desta, Emília Barcelos Collet, cujo registro do casamento religioso foi encontrado recentemente no acervo da Igreja Matriz de São Fidélis. Seu último casamento foi com Adélia Brahamam Collet, com quem teve duas filhas.
Do primeiro casamento deixou um filho, e do segundo, seis, sendo um deles Heitor Barcellos Collet, que, a exemplo do pai, também enveredou pela política, tendo chegado à presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (1936-1937), o que lhe permitiu que chefiasse interinamente o Executivo fluminense de 23 de março a 15 de julho, e de 10 a 11 de novembro de 1937. A memória de Collet não foi apagada da história de São Fidélis: em sua homenagem, uma escola estadual foi batizada com seu nome, o Colégio Estadual Geraque Collet, em Pureza, 3º distrito de São Fidélis. Também foi homenageado uma segunda vez, tendo seu nome na Rua Dr. Collet, a antiga Rua do Rosário e também chamada Rua do Mercado, que tem início na travessa sem denominação existente ao lado do Colégio Estadual de São Fidélis e termina na rua Duques de Caxias.
Até o próximo informativo.
Abraços! Evando Freitas
Fonte:
CARNEIRO, Dr. Aurênio Pereira Carneiro. História das principais avenidas, praças, ruas e jardins.São Fidélis-1974.
COLLET, A. Mensagem; Fluminense (16/4/1929); Jornal do Brasil (16/4/1929, p. 6); LACOMBE, L. Chefes (p. 71-72, 85-86); PEIXOTO, D. História (p. 97).