A semana Cultural entra em seu quarto dia de atividades programadas para acontecerem até o próximo sábado dia (26). E ao se fazer um balanço desses três dias, a nossa reportagem traz um resumo dos momentos que marcaram esses dias de atividades realizadas. Entre os destaques na área musical, a Banda 37 Não é Febre ganhou notoriedade pelo som apresentado e com repertório louvável ao tocar grandes sucessos de expoentes da música brasileira e demais bandas de referência da música nacional e internacional.

Pela tenda cultural do Jardim Presidente Vargas passaram Manuela Hespanhol com Contação de história que atraiu grande público escolar, Andreia Neves com oficina de dança para o público infantil e o produtor e criador da Raposinha Sapeca, Nilton Viana que ministrou uma oficina de arte animação. Ainda, destaque para o encontro de bandas de fanfarra que atraiu grande público na tarde de domingo.

Já em relação ao teatro, destaque para a estreia da peça teatral – Águas de Mim, um monólogo considerado excepcional por retratar em sua sinopse algo ligado à saúde mental, doença esta que tem aumentado muito no Brasil, bem como a falta de preparo para todos os seres humanos de lidarem com a situação, bem como o descaso, o preconceito e a falta, acima de tudo do afeto e perda dos vínculos.

Águas de Mim vem ser uma releitura do estado de loucura a qual todo ser humano corre constantemente corre o risco. Angustiante, inquietante e reflexivo. “Somos representações de nós mesmos”? Retratar a problemática da saúde mental quando há pouco olhar, compreensão e, acima de tudo, afeto ou perda dos vínculos da pessoa que foi acometida em um estado de loucura, é, de fato, muito mais dramático para ela, quando apenas uma realidade a coloca no plano da ausência de sua própria identidade.

Com isso, a atriz Camila veste com perfeição um personagem para transportar as sensações de quem por este labirinto passou ou esteja passando. Águas de Mim nos remete a uma reflexão desse estado em constante movimento que é a vida e a mente humana interligados por entre fios numa linha tênue de ações e reações inimagináveis.

Direção e texto fabulosos pela intensidade que o torna, ao mesmo tempo, leve e suave por conter uma essência poética, sobretudo o quanto requer o tratamento em si sobre o tema que hoje tem jogado na lona e na lama vários pacientes que se encontram neste estado de loucura latente. A produção de Letícia Menescal também demonstra grande competência para deixar o ritual cenográfico bem dosado para dar o bom tom com a trilha musical, arte e drama com os quais Camila interpreta essa dura realidade com maestria, profissionalismo e beleza.

Foi honrosamente um presente a estreia da peça na Cidade Poema, cidade onde Iris autora do texto e direção, nasceu e fez questão de enriquecer ainda mais a Semana Cultural fidelense que, em mais uma edição do mix cultural, presenteia a todos com esse trabalho de ação transformadora que é a arte!

Após a estreia da peça, a reportagem foi gentilmente recebida pela atriz Camila Carandino e Iris Gomes da Costa para um bate-papo ao registramos e ambas estão muito felizes pelo trabalho apresentado e a receptividade do público.

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