Inicialmente, a história da fundação do Clube Esportivo Fidelense começou com a quadra de esporte Caiçara que, à época, só contava com um piso de cimento bem precário e uma arquibancada. A referida quadra cuja denominação era a do próprio time de vôlei e de basquete – os responsáveis pela construção da quadra que contou com doação entre os próprios jogadores para então construí-la. Com base nas informações apuradas,os atletas das referidas modalidades foram pioneiros na mobilização para que a quadra fosse erguida e cujo terreno fora doado para atender aos objetivos do time Caiçara que, entre os quais – um deles era poder contar com um lugar para os treinos e torneios.
Além do time Caiçara, existia também o time de futebol Clube Esportivo Fidelense que surgiu dos Congregados Marianos da Igreja Católica cujo pároco da época era Augusto Assis Maia, que dava apoio também aos jogadores locais. O técnico do time se chamava Major Polux – considerado muito atuante, influente e colaborador na defesa e interesses por melhorias na área do esporte na Região.
Sendo assim, foi através da iniciativa dele e do time de futebol do Clube Esportivo Fidelense que a arquibancada no antigo estádio Amaral Peixoto – atualmente Sebastião de Almeida e Silva – foi construída com apoio e ajuda dos próprios jogadores e demais populares.Posteriormente, a quadra do Caiçara é transferida para o time Esportivo, para ser sua nova sede.
Com isso, o time passa a investir em melhorias na quadra Caiçara, entre elas, troca do piso de cimento por taco, cobertura e banheiros para que o imóvel pudesse ser a sede social do time. E assim foi construído aos poucos, mas com uma estrutura bem organizada, bem como era considerado o local onde eram realizados a maioria dos eventos sociais e festivos da cidade, bem como os grandes bailes da época, desfiles, além dos eventos comemorativos do time do Clube Esportivo Fidelense.
Segundo Hélcio Marconi, um dos jogadores do time do Esportivo, naquela época todos eram unidos por quaisquer situações que fossem de melhorias na cidade, bem como para elevar cada vez as coisas boas que aconteciam na cidade. Além de esportista, Hélcio fez parte de outros movimentos de benfeitorias na cidade, como, por ex., foi um dos fundadores do Rotary Club na cidade, ajudou na construção do prédio da Associação Comercial, fez parte da diretoria do Hospital Armando Vidal, quando os membros da diretoria não recebiam salários para administrar o hospital – visto ser uma instituição fundada sob a égide da filantropia.
“Eu me sinto muito feliz por ter participado ativamente em vários momentos dos movimentos sociais e esportivos em São Fidélis, juntamente com grandes nomes fidelenses que amavam essa cidade e deixaram suas marcas também, seja no futebol e em outras áreas. Nomes como Dirlei Abreu, Jairo Abreu, Arlindo Gaudard, primeiro presidente da diretoria do Clube Esportivo Fidelense, Silmar Pontes, Juniel Cruz, José Siqueira, major Polux e outros mais… é impossível falar do Esportivo sem citá-los. Sabe, era uma época de homens engajados e bairristas que essa cidade contava. Havia união, vontade de ver as coisas boas acontecerem por mais que não existisse facilidade em se obter recursos públicos e nem parcerias de grandes empresas, mas nós corríamos atrás, fazíamos vaquinhas, bingos pra realizar as coisas. Uma pena que tudo vai se acabando, e não se vê mais as pessoas se unirem pra defender uma causa social como era naquela época com os demais homens nobres que fizeram parte da história local. O Esportivo foi um marco em matéria de estrutura de Clube para a cidade. Mas, infelizmente, alguns problemas relacionados à gestão de algumas diretorias deixaram a desejar. Ainda bem que o Clube foi transferido para o Campestre Gilda Barbosa e está de pé até hoje e bem cuidado. Mas torço para que ele consiga ser um patrimônio para muitas gerações e bons eventos a serem realizados”, afirmou.
Sobre a situação do clube que hoje se chama Centro Social Campestre Gilda Barbosa
O referido clube, apesar de ter recebido bons investimentos na sua estrutura física, de modo outro está totalmente em dia com algumas exigências com base na legislação, tipo, tem saída de emergência, adequação às leis de acessibilidade e outras ampliações, mesmo porque no local ainda funciona uma academia de ginástica que, em breve estará de mudanças, ainda assim, o Clube está interditado por conta de uma ação no MP por questões de barulho em relação à sonorização depois das 22h.
Ou seja, a denúncia foi feita há alguns anos e com isso o local está impedido de ser locado para qualquer evento musical que passe das 22h. Para poder voltar a ter os grandes bailes como era antigamente, o clube terá que se adequar à nova lei que exige investimentos no sistema chamado isolamento acústico. Feito isso, com certeza poderá ser liberado para demais eventos musicais.
Recentemente, a Associação Cultural Fidelense e a revista eletrônica São Fidélis RJ – juntamente com uma produtora de Campos estavam programando realizar a primeira noite retrô para relembrar os melhores momentos musicais e pistas de danças dos anos 70, 80 e 90, cujo evento seria no clube. Porém, por conta desse entrave jurídico pelo qual o local passa, o evento não acontecerá este ano, devendo ser estudado posteriormente, para uma nova data e local.
Por Nelzimar Lacerda
Colaboraram Hélcio Marconi e Benedito Damião Alonso