Volta às aulas: o que as escolas têm para oferecer e atrair os alunos?

3 de fevereiro de 2015

Na volta às aulas, sempre há expectativa por parte daqueles alunos que irão ingressar pela primeira vez no universo escolar, bem como àqueles que já fazem parte dela e contam os dias para o retorno, em busca de novas experiências, saberes, rever colegas e professores etc. Mas no que se refere ao sistema de gestão das escolas públicas do país, os prognósticos são nebulosos, necessitando de tratamentos intensivos e urgentes, senão permanecemos eternamente no submundo, perpetuando na sociedade a síndrome de vira-latas.

É preciso encarar com responsabilidade e seriedade o contexto crítico em que nos encontramos e, ao confrontarmos com a dura realidade, “o descaso com a Educação”. Conforme mostrado diariamente nos meios de comunicações, as escolas encontram-se em estado degradante, com estruturas físicas colocando em risco alunos e professores. Também há a desordem administrativa, a carência de materiais pedagógicos básicos, ferramentas essenciais para agregar qualidade à prática educativa em prol do desenvolvimento das potencialidades e aprendizado do educando. Sobretudo, faltam meios de atrair o aluno e motivá-lo a frequentar a escola.

Se não há como atender o cotidiano escolar com espaços físicos decentes e estruturados, imaginem em relação aos aparatos tecnológicos que têm feito um diferencial e são facilitadores enquanto ferramentas na sociedade da informação ou “Idade Mídia”. O que a escola pública brasileira e professores têm oferecido para motivar e atrair os alunos, de fato? Ainda, pesquisas realizadas demonstraram que a maioria do professorado brasileiro está longe de dominar as ferramentas para produzirem e planejarem suas aulas com mais qualidade e interatividade. Ou seja, boa parte deles vivem “desplugados” ou totalmente fora da produção e pesquisas afins, as quais poderiam auxiliá-los a favor da qualidade de suas aulas. Com isso, consequentemente, teríamos um corpo discente motivado, mais preparado para sociedade da informação.

Em contrapartida, a realidade nos remete a outro contexto. O contexto conta com docentes despreparados para lidar com a diversidade, aulas monótonas, desinteressantes, cansativas, maçantes, com conteúdos pautados a gosto do freguês (Estado) e retrógrados. Vale salientar que alguns dos fatores apresentados implicam na motivação do corpo discente.

O que se aprende na escola é, na realidade, transferência de conteúdos, memorização crua, atividade passiva, de forma a limitar o próprio desenvolvimento da capacidade de construção e senso crítico desse alunado. Com isso, há quem julgue que a maioria das escolas brasileiras, a partir desse contexto, está mais para um teatro de vampiros que qualquer outra coisa. Mediante tantas mazelas, fracassos, descasos e atrasos, os atores sociais acabam se perdendo no tempo e no espaço, sem rumo. Conclusão: o que as escolas e professores têm para oferecer aos alunos para que eles possam retornar e permanecerem motivados no dia a dia em suas aprendizagens?

Por Luciana Alves – Pedagoga, Serviço Social e especialista em Educação Inclusiva e Precoce.






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