Francisco Hilarião Teixeira da Silva

Filho de Pedro Hilarião Teixeira da Silva e de d. Maria Leopoldina Teixeira da Silva, nascido no dia 20 de dezembro de 1860, tendo vindo residir na Vila de São Fidélis, 10 anos mais tarde cidade de São Fidélis. Seu pai se estabeleceu na Rua da Gamboa, atual “Duque de Caxias”, com Selaria, por isso era conhecido como Pedro Seleiro. Desde cedo mostrou Hilarião pendores pela pintura, sendo o seu primeiro professor o pintor de origem alemã, desenhista e litógrafo, Augusto Off. Por ocasião de uma das visitas de D. Pedro II a São Fidélis, em 1875, tendo S. M. ido à Igreja de São Fidélis, impressionou-se com o retrato a “crayon”, do cônego Joaquim Pereira Jorge Guaraciaba, feito pelo “menino” Hilarião. Interessando-se pelo trabalho, Sua Majestade, quis conhecer o seu autor, que de imediato lhe fora apresentado, recebendo de D. Pedro II uma pensão de “quarenta mil réis”, para que pudesse estudar no Rio de Janeiro. Matriculado na Imperial Academia de Belas-Artes em 1895, teve como mestres Agostinho da Mota, Vitor Meirelles e Zeferino da Costa. Em 1884 recebeu medalha de ouro. Admitido como desenhista da Casa da Moeda, em 9 de outubro de 1901 foi nomeado chefe da oficina de xilografia. Além de outras obras, Hilarião produziu:

“Enterro de Cristo”, “Volta do Mercado”, “Engomadeira”, “Tico-tico” “Retrato de Caron”, “Vagabundo”, “São João Batista no Cárcere”, “Batismo de Cristo” (existente na Igreja Matriz de São Fidélis) “Proclamação da República” (existente no Grupo Escolar Barão de Macahubas), “A Carta de Namoro” e “A deposição da Cruz”, além de quatro painéis para o palacete do Barão do Paraná e outros quadros levados por D. Pedro II para o exílio. Em São Fidélis existem: “O Samba”, “Churchill”, “Marechal De Gaulle”, “Roosevelt”, “Rainha Vitória” e “A Chegada dos Capuchinhos”. Hilarião trabalhou com o pintor Zeferino da Costa na decoração da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro. Deve-se registrar, além de outros trabalhos de Hilarião: o retrato de D. Pedro II, “Jesus e Samaritana”, “Nu” (aquerela), “Samaritana”, retrato de Rodrigues Alves, “São José” e a “Mulher de Putifar”, etc.

A ata do Conselho Escolar da Imperial Academia de Belas-Artes do Rio de Janeiro, datada de 17 de dezembro de 1884, assinada por Pedro Américo, Vitor Meirelles e José Maria de Medeiros, consigna “um voto de louvor ao mestre, como reconhecimento de sua imaginação de poeta, e sentimento artístico para a pintura histórica”. Hilarião faleceu em 5 de março de 1952, na cidade de Campos, com 92 anos de idade.

Autor: Aurênio Pereira Carneiro.

Texto do livro “Um Século de Pintura” de Laudelino Freire

Francisco Hilarião Teixeira da Silva é nascido em 1860, em Santana de Pirapitinga, Estado de Minas. Iniciou os primeiros estudos de desenho com Augusto Off, na cidade de São Fidélis, Estado do Rio de Janeiro, vindo depois para esta cidade Rio de Janeiro, onde se matriculou na Academia de Belas Artes, em 1876, concluindo o curso em 1883.

Nos seus estudos acadêmicos, obteve menções honrosas e medalha de ouro. Na grande exposição de 1884, expôs O enxoval da boneca, pertencente ao Sr. Pinto Vieira; A adoração dos pastores, pequeno esboço; Cabeça, estudo do natural, a Óleo; O enterro de São João Batista.

Entre os seus trabalhos, podem ser citados: Tico-Tico, Engomadeira, Volta do Mercado, Enterro de Cristo, Retrato de Caron, Vagabundo, São João Batista no Cárcere, A carta de namoro, A deposição da Cruz, etc., etc., e mais dois retratos a crayon, tendo sido premiado com a medalha de prata.

Além de Augusto Off, teve, também, como professor de desenho, Agostinho da Mota e, de pintura, Vítor Meireles e Zeferino da Costa. Foi, porém, Sousa Pinto aquele que maior influência exerceu na sua formação artística. Nunca expôs diretamente seus trabalhos, tendo apenas concorrido à exposição de 1884 e à de alunos de 1882.

Artista de muito talento e excessivamente modesto. Desiludido da arte fez-se funcionário público. Nunca, porém, deixou de acompanhar com interesse o nosso movimento e, em sua opinião, são nossos maiores mestres: Pedro Américo, Vítor Meireles, Batista da Costa, Agostinho da Mota, Almeida Júnior, Amoedo, Décio Vilares e Aurélio de Figueiredo.

Só usou, nos seus trabalhos a assinatura: Hilarião.

Retrato de Caron

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